É possível estar “magro demais”? O que a ciência revela por trás da polêmica de Wicked 2

21/11/2025

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A recente polêmica envolvendo o elenco de Wicked 2 reacendeu um debate antigo: afinal, é possível estar magro demais? Fotos comparando o primeiro filme com a continuação viralizaram rapidamente, fazendo muita gente levantar hipóteses sobre saúde apenas observando imagens. No entanto, embora a internet reaja de forma imediata, a ciência exige contexto, dados e avaliação criteriosa.

Por isso, antes de qualquer julgamento, é essencial compreender que saúde não pode ser avaliada por fotografia, e que o corpo humano funciona com base em equilíbrio — não em extremos.

O que a ciência realmente diz sobre estar “magro demais”?

IMC: uma ferramenta útil, porém limitada

O IMC (Índice de Massa Corporal) é amplamente utilizado justamente porque permite identificar tendências populacionais. Ainda assim, ele não diferencia gordura, músculo ou retenção hídrica. Mesmo assim, quando analisamos grandes grupos, o IMC ajuda a entender padrões de risco.
Assim, ele não deve ser descartado — mas interpretado com cautela.

A curva em U: quando o peso se afasta do ponto ideal

Diversos estudos demonstram que a relação entre IMC e mortalidade forma uma curva em U. Isso significa que, à medida que o IMC se afasta do centro — seja para cima ou para baixo — os riscos aumentam.

  • IMCs altos elevam o risco por conta de inflamação, resistência à insulina e sobrecarga cardiovascular.
  • IMCs muito baixos, por outro lado, aumentam a mortalidade por motivos como fragilidade, desnutrição e perda de massa muscular.

Dessa forma, a busca pelo “menor peso possível” não é biologicamente coerente. O objetivo, portanto, é manter o corpo funcionando no meio-termo fisiológico, onde hormônios, músculos e metabolismo operam de forma eficiente.

Riscos da magreza extrema

A magreza excessiva compromete diversos sistemas do organismo. Veja os principais:

1. Alterações hormonais

Com pouca gordura corporal, a produção de hormônios reguladores é prejudicada. Consequentemente:

  • o ciclo menstrual pode ficar irregular ou até desaparecer,
  • a testosterona tende a cair,
  • a função tireoidiana desacelera,
  • a sensação de fome se altera.

Esses efeitos, portanto, impactam energia, humor e metabolismo.

2. Perda de massa muscular e sarcopenia precoce

Com déficit calórico prolongado, o corpo passa a utilizar músculo como fonte de energia. Assim:

  • a força diminui,
  • a sensibilidade à insulina piora,
  • o risco de lesões aumenta.

Como resultado, a pessoa pode até parecer “seca”, mas estar metabolicamente frágil.

3. Fragilidade imunológica

Quando o corpo não recebe nutrientes suficientes, as células de defesa diminuem. Por isso, infecções se tornam mais frequentes e a recuperação mais lenta.

4. Problemas cardíacos

A magreza extrema pode gerar arritmias, queda da frequência cardíaca e desequilíbrios eletrolíticos — especialmente quando associada a dietas restritivas. Assim, o coração também sofre.

5. Redução de energia e desempenho metabólico

Com metabolismo reduzido, a pessoa sente cansaço, raciocínio lento e sensação constante de frio. Portanto, o organismo entra em “modo economia”.documentados.


Por que fotos não dizem nada sobre saúde?

Embora a internet adore comparar imagens, uma foto revela pouco — ou quase nada — sobre o estado metabólico de alguém. Isso acontece porque fotos são influenciadas por diversos fatores, como:

  • luz,
  • ângulo,
  • maquiagem corporal,
  • figurino,
  • desidratação temporária,
  • variações de glicogênio muscular.

Consequentemente, fazer diagnósticos a partir de imagens é não apenas inadequado, mas também impreciso.
Além disso, não sabemos:

  • exames laboratoriais,
  • consumo alimentar,
  • níveis de estresse,
  • rotina de treinamentos,
  • ciclos hormonais,
  • histórico médico.

Por isso, afirmar que alguém “está magro demais” apenas com base em fotos é reducionista.

O problema dos extremos nos debates sobre peso

Com as redes sociais, discussões de saúde se transformaram em campos polarizados. Assim, surgiram dois extremos prejudiciais:

1. Romantização da magreza extrema

Há ainda uma parcela que associa magreza intensa à disciplina ou sucesso. Contudo, essa narrativa ignora riscos metabólicos e hormonais reais.

2. Demonização de qualquer preocupação com peso

Por outro lado, existe quem interprete qualquer conversa sobre peso como opressão. Entretanto, reconhecer riscos da obesidade ou da magreza excessiva não é discriminação — é ciência.

3. O meio-termo responsável

Saúde raramente vive nos extremos.
Por isso, a pergunta mais produtiva não é “estou magro ou gordo?”, mas sim:
“Meu corpo está funcional?”

A pergunta certa: meu corpo está saudável?

Para avaliar isso, considere pontos muito mais relevantes do que estética.

1. Energia

Quando a energia diária é baixa, pode existir déficit calórico, anemia, disfunção tireoidiana ou sobrecarga metabólica.

2. Força

A força indica saúde muscular — e músculo é um grande modulador metabólico. Portanto, perda de força é sinal de alerta.

3. Massa muscular

Independente do peso na balança, manter músculo é fundamental para longevidade, sensibilidade à insulina e vitalidade.

4. Ciclo hormonal

Irregularidades são indicativos de que algo está desequilibrado. Portanto, merecem investigação completa.

5. Exames metabólicos

Só exames conseguem mostrar de fato como o corpo está funcionando.
Assim, glicemia, insulina, tireoide, vitaminas e marcadores inflamatórios são itens indispensáveis.

A abordagem da NutroBarra: saúde antes de estética

Na NutroBarra – Nutrologia Avançada, o objetivo não é seguir tendências, mas sim promover saúde real. Por isso:

1. A clínica prioriza saúde metabólica

Cada paciente é avaliado de forma ampla, incluindo hormônios, composição corporal, rotina e exames completos.

2. A conduta é baseada em evidências

Nenhuma intervenção é feita por modismo. Portanto, cada decisão tem embasamento científico.

3. O foco é emagrecimento sustentável

Em vez de promessas rápidas, a clínica trabalha com acompanhamento contínuo, estratégias personalizadas e preservação da massa magra.

Cuide da sua saúde com quem entende de verdade

Se essa polêmica despertou dúvidas sobre o seu corpo, lembre-se: você não precisa navegar essas questões sozinho(a).
A equipe da NutroBarra – Nutrologia Avançada oferece uma avaliação completa, acolhedora e totalmente ancorada na ciência.

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Dr. Noé Alvarenga

Dr. Noé Alvarenga é médico nutrólogo (CRM RJ 555245 • RQE 33056 • CREMESP 202399 • RQE 91690), formado pela UNIRIO/1991, com pós-graduação e Título de Especialista em Nutrologia (ABRAN/AMB). Diretor da Clínica Nutrobarra (RJ). Foco em emagrecimento, longevidade e educação médica. Pai do Arthur. Apaixonado por gente e filmes.

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