Em primeiro lugar devemos entender que essa nova linha de medicamentos existe no mercado há mais de 10 anos e não são nenhuma “novidade” na Medicina. Todos estes novos medicamentos são, na verdade, modificações de um peptídeo que produzimos naturalmente no nosso próprio intestino toda vez que nos alimentamos. Os cientistas chamaram este peptídeo de GLP-1 (Glucagon-Like Peptide 1). Ele produz duas ações importantes no nosso corpo que ajudam no processo de emagrecimento: (1) o aumento da saciedade/saciação e a (2) otimização do metabolismo dos carboidratos.

O aumento da saciedade/saciação já seria suficiente para explicar o efeito emagrecedor destes medicamentos, pois como todo mundo que já fez uso destas medicações sabe, a sensação é a de olhar para comida para o prato de comida e não querer terminar (saciação). Além disso, o intervalo entre as refeições fica mais tolerável (saciedade) e alivia aquela vontade de comer a toda hora. Estas ações combinadas reduzem a nossa ingesta calórica e contribuem para o emagrecimento, quando associadas a dieta e atividade física.

O fato de este medicamento otimizar o metabolismo dos carboidratos faz destas canetas medicamentos ideais para os pacientes que possuam também, além da obesidade, condições clínicas associadas a prejuízo do metabolismo dos açúcares, como, por exemplo, a resistência insulínica, o pré-diabetes, a gordura no fígado (Esteatose Hepática), a Síndrome do Ovário Policístico, entre muitas outras. As vantagens simultâneas do uso desta classe de medicamentos são estabelecidas na consulta, deforma a extrair o máximo de benefícios para o paciente. Imagine um medicamento que, além de emagrecer, melhore também o risco de desenvolver diabetes, ou que, ao mesmo tempo, emagreça e melhore o SOP? Bom demais, não é mesmo? 

As duas principais medicações dessa classe disponíveis no mercado brasileiro são o Saxenda e o Ozempic sendo que este último caiu nas graças das mídias sociais e é hoje disparadamente ou mais falado. Vamos dar uma olhada rápida em cada um, OK?

O Saxenda nada mais é do que uma modificação do GLP-1 na apresentação de uma injeção subcutânea – a “canetinha”. No nosso organismo, a ação do GLP-1 dura de 2 a 4 minutos, ao passo que o que vem dentro do Saxenda dura 13 horas. Isso significa que, uma vez aplicado, ele permanece ativo no nosso corpo por 13 horas, nas quais o efeito de saciedade e de otimização do metabolismo vão estar presentes, o que facilita muito a modificação de hábitos alimentares e a aderência a um plano alimentar adequado aquele paciente.

Devido a sua ação limitada a 13 horas, o melhor horário para aplicar o Saxenda, em geral é pela manhã, de forma que ele “cubra” as principais refeições do dia, mas outras variações de dosagem poderão ser discutidas individualmente com o médico na consulta de forma a maximizar o efeito, uma vez que possuímos experiência na prescrição desse medicamento já disponível em terras brasileiras desde 2016.

O Ozempic nada mais é que uma outra versão do mesmo peptídeo GLP-1, modificado para durar 7 dias no nosso organismo. Por conta deste tempo longo de duração, a dose prescrita em bula é de uma aplicação por semana. Outras variações de posologia poderão ser discutidas durante a consulta de forma a otimizar a resposta. 

É importante destacar que todos os medicamentos derivados do GLP-1, devido à sua dupla ação sobre a saciedade e sobre os carboidratos, têm potencial para beneficiar tanto as pessoas que precisam perder peso quanto as pessoas que tenham distúrbios do metabolismo dos carboidratos, como Resistência Insulínica, pré-diabetes, gordura no fígado, triglicerídeos elevados, etc., sendo que a seleção é feita individualmente com as necessidades de saúde do paciente e decidida em consulta.

Uma polêmica que tem sido muito frequente nas mídias sociais é a respeito do uso do Ozempic com auxiliar no tratamento da obesidade, se estaria “correto” ou não, uma vez que na bula do Ozempic fala apenas das aplicações terapêuticas no diabetes. 

Na verdade, hoje a ciência já sabe que a substância que compõe o Ozempic, a semaglutida, é um dos medicamentos com maior potencial emagrecedor que existem. Os estudos científicos que compraram a eficácia e segurança da semaglutida só vieram a finalizar depois que o Ozempic já estava em circulação, motivo pelo qual a FDA, a ANVISA americana, permitiu a aprovação inicial apenas para o tratamento do diabetes, que já havia sido bem estabelecido em estudos anteriores.

Nos Estados Unidos, por exemplo, que está muito à nossa frente em relação à disponibilidade de medicações antiobesidade, já existe desde 2022 um outro medicamento, o Wegovy, baseado na mesmíssima substância do Ozempic, com indicação em bula para o de tratamento da obesidade.  O nosso corpo, felizmente ou infelizmente, não sabe ler bula, então para fins práticos não tem diferença o nome comercial sobre a qual a substância é apresentada.

A indicação do melhor medicamento é feita em consulta de acordo com o histórico do paciente (varia de pessoa para pessoa) e a análise conduzida junto com o paciente dos resultados do seu exame de bioimpedância e de sangue (laboratorial).

Devido ao fato de as canetinhas para emagrecer terem se tornado muito populares nas mídias sociais, pessoas as têm buscado por conta própria sem qualquer orientação médica na esperança de emagrecer, mas, infelizmente, elas se esquecem de que o tratamento da obesidade consiste sempre em uma associação de dieta personalizada, atividade física regular e medicamento. Além disso, é muito importante acompanhar – inclusive com exames de sangue, etc. – a evolução do tratamento, pois aquilo que você não acompanha, você simplesmente deixou “largado”.

Reflita um pouco: em nenhuma área de sua vida as coisas se resolvem quando você as deixa largadas, seja família, trabalho, relacionamentos, finanças – com saúde não seria diferente, não é mesmo?

Como todo e qualquer medicamento, estes também possuem a possibilidade de efeitos adversos, que, em geral são transitórios ou facilmente contornáveis. O que acontece é que quando a pessoa usa esses medicamentos “por conta própria”, sem um acompanhamento, fica “largada” à própria sorte e não tem um profissional a quem recorrer em caso de dúvidas ou que retorne para eventual ajuste de dose – é mais ou menos como brincar de roleta russa com a própria saúde. 

O importante aqui é lembrar que o fato de algumas pessoas não fazerem o uso incorreto destas medicações não invalida a utilidade para quem delas precisa.

Na NUTROBARRA, na sua primeira visita, caso o paciente não possua exames recentes (realizados nos últimos 3 meses) solicitamos um perfil completo de exames, a fim de melhor entender as repercussões do excesso de peso no metabolismo do paciente e avaliar vitaminas e minerais. Pedidos de exames de acompanhamento são solicitados em média a cada 3 meses e apenas em consulta.

Além disso, para melhor monitorarmos o processo de perda de peso de nossos pacientes, realizamos a cada visita o exame de bioimpedância corporal utilizando uma aparelhagem Top de mercado, a Inbody™. Este acompanhamento sequencial com bioimpedância é fundamental para entender o que está sendo eliminado junto com peso do paciente: se gordura (desejável) ou músculo (que devemos preservar ao máximo, pois significa saúde). 

A perda de massa magra em quantidade exagerada no processo de emagrecimento é uma causa importante do efeito sanfona e por isso devemos acompanhar atentamente o que está sendo de fato eliminado. O objetivo do nosso método é buscar otimizar a perda de gordura e minimizar ao máximo a perda de massa magra (músculo), sendo que só é possível monitorar o que está sendo de fato perdido, se gordura ou massa magra, pelo exame de bioimpedância, que você irá realizar a cada nova visita à nossa Clínica. 

Na NUTROBARRA preparamos um ambiente destinado a facilitar a sua jornada em busca do corpo que você deseja, da saúde que você precisa e da autoestima que você merece. Tudo baseado em +20 anos de experiência auxiliando milhares de pessoas a emagrecer e conquistar as suas metas pessoais e de qualidade de vida. Estamos aguardando a sua visita!